O suicídio é um problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, a cada 40 minutos, uma pessoa tira a própria vida. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade do ministério, apenas em 2019, foram mais de 13 mil mortes causadas por lesões autoprovocadas intencionalmente no país. O número é 2,9% superior em comparação a 2018. Na última década, esse índice cresceu 39,8% no Brasil.
O Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção ao suicídio, reforça a importância de um olhar mais atento sobre as causas e os cuidados às pessoas que sofrem de transtornos mentais que desembocam no suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o campeão mundial em casos de transtorno de ansiedade e ocupa o segundo lugar em transtornos depressivos, que podem levar os indivíduos a tirarem a própria vida. O Brasil é o país que mais registra transtornos de ansiedade e o segundo no ranking mundial de transtornos depressivos.
Em tempos de pandemia, época em que as autoridades de saúde recomendam isolamento e novos hábitos sociais, o cuidado com pessoas vulneráveis a depressão e ansiedade se torna ainda mais importante no combate ao suicídio.
A psicóloga do NPI/Sesa do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, Daniela Prieto, atua há 20 anos com pesquisas relacionadas a suicídio. Ela afirma ser importante, dentro das normas de segurança, aliviar a condição de vulnerabilidade emocional. “A pandemia apresentou piora nos quadros de depressão e ansiedade em função do isolamento, perda do estilo de vida, adoecimento de familiares e amigos. Para quem realmente precisa, é importante tornar possível alguns encontros, dentro das normas e cuidados de segurança da pandemia, com uso de máscaras e com atenção ao isolamento. O sofrimento psíquico é inimigo do bem estar – fator fundamental de saúde mental”, explicou a especialista.
Segundo a psicóloga, as pessoas que enfrentam transtornos de saúde mental ou possuem histórico de tentativas de suicídio passam por fragilidade da auto-estima que resultam em falta de qualidade nos relacionamentos, podendo essas pessoas sofrerem abusos, violência, desqualificação, situações de fracasso e isolamento. Ela explica que o bem estar físico e emocional pode ser um fator preventivo do suicídio. “É preciso procurar ter uma vida confortável dentro de parâmetros individuais, evitando excesso de sobrecarga emocional e de trabalho, por exemplo. Ter um tempo para as coisas que a gente gosta e para si mesmo, ter momentos de ócio, pensar numa rotina, se organizar, mesmo com o teletrabalho, evitar o acúmulo de sentimentos, de sensações de insatisfação e sofrimento. A escuta e a ajuda especializada, por meio dos profissionais médicos e da psicologia, também podem ser importantes nesse cuidado”, reforçou Prieto.
A Associação dos Servidores da Justiça do Distrito Federal (Assejus) reforça a importância do bem estar físico e mental destacado pela psicóloga. A entidade iniciou uma série de reformulações dos convênios e serviços ofertados. Segundo orientações da nova Diretoria, os convênios serão descentralizados por cidade e passarão a contar com acompanhamento especifico. Para o Clube Social está prevista ampla reforma e readequação do uso dos espaços para atividades coletivas pelos associados e associadas. Aulas de hidroginástica, oficinas de dança e prática de Pilates e Yoga já estão em ritmos de tratativas. Na pauta também o Coral do TDFT – projeto que foi extinto em outras gestões e que deverá voltar com força total. A Assejus também possui convênios com academias e espaços de saúde, bem como atividades de lazer como teatro, e de gastronomia, como restaurantes.