Nesta segunda-feira (27), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “servidor não pode ficar em casa com a geladeira cheia, assistindo à crise, enquanto milhões perdem o emprego”. A afirmação foi feita na saída do Palácio da Alvorada, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Guedes solicitou, ainda, que os funcionários públicos não peçam aumento pelo período de um ano e meio.
O ministro não esclareceu de que forma o congelamento será tratado, se através de uma nova proposta de emenda à Constituição (PEC), se por meio da Reforma Administrativa ou da PEC Emergencial que já está no Congresso Nacional.
Para a Assejus, mais esse ataque de Guedes aos servidores públicos revela sua incapacidade de apresentar propostas efetivas para o enfrentamento da pandemia, a reversão do índice de mortalidade e garantia de emprego e renda aos brasileiros.
Guedes silencia acerca a taxação das grandes fortunas, o fim da isenção do Imposto de Renda sobre lucros e dividendos das empresas e a respeito dos bilhões de reais destinados mensalmente aos rentistas do orçamento público. Com sua retórica, o ministro insiste em destilar ódio ao serviço e aos servidores públicos.
No âmbito do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, a Assejus esclarece que os servidores públicos seguem em teletrabalho e em regime presencial para atividades essenciais, mas todos estão empenhados em garantir o acesso à população que necessita do judiciário. Para exemplificar, o próprio TJDFT divulgou no início de abril que o órgão produziu mais de 130 mil atos judiciais e 20 mil julgamentos entre 16/3 a 5/4, além de 1.126.681 expedientes cumpridos por servidores.
A Assejus rechaça a tentativa do ministro em desvirtuar o significado de “geladeira cheia”, pois é de sua responsabilidade criar mecanismos para que todos os brasileiros tenham suas geladeiras fartas. Também por isso, a entidade empreenderá todos os esforços para impedir o congelamento de salário de seus associados e associadas.