A Associação dos Servidores da Justiça do Distrito Federal (Assejus), em mais uma iniciativa de responsabilidade social, deu um grande passo para contribuir com a informação e o combate ao preconceito com as pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Além de reforçar e apoiar campanhas relacionadas à temática, a entidade contratou, por meio do CESAM, uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Brasília, um menor aprendiz portador de TEA. Na entidade desde maio, Uriel Nunes, de 19 anos, trabalha diariamente, das 8h às 12h e desempenha com excelência funções administrativas em diversos setores.
Uriel recebeu o diagnóstico de autismo leve ou síndrome de Asperger apenas aos 16 anos. A mãe do jovem, Erlane Nunes, lembra que, mesmo após o diagnóstico recebido, ela nunca deixou de acreditar na capacidade que o Uriel teria para se envolver em novos desafios. Foi essa certeza que a motivou a ir atrás de cursos e espaços para que ele pudesse crescer e melhorar suas condições.
Para Erlane, a oportunidade oferecida pela Assejus ao filho representa esperança e respeito. Ela ressalta que poucas empresas são preparadas para trabalhar a inclusão social e aceitar em seu quadro de funcionários colaboradores com algum tipo de condição ou deficiência.
“Essa chance que meu filho teve tem muito significado em nossas vidas. Eu sei o quanto ele é inteligente e capaz, ainda que muitas pessoas digam o contrário. Todas essas oportunidades representam vitória e mostram que eu estava certa em me mobilizar por ele”, desabafa.
Assim como a mãe, Uriel, que sonha em ser professor de matemática, não esconde a alegria de ter seu primeiro emprego. Com entusiasmo ele diz que se sente orgulhoso em poder contribuir com as tarefas diárias da entidade.
“É muito bom trabalhar na Assejus. Eu sinto que as pessoas gostam de mim e do trabalho que faço. Recebo bastante elogio e tenho a chance de aprender onde passo. Fico feliz em ter tido a oportunidade, pois sei que isso vai me ajudar a crescer na vida”, pontua.
Para o Presidente da Assejus, Fernando Freitas, inserir um jovem aprendiz com TEA foi um divisor de águas na entidade. Ele defende que a inclusão precisa ir além das palavras e ser executada em ações.
“É preciso fazer do discurso a prática. É nisso que nossa gestão acredita.É preciso gestos concretos pela inclusão social”, aponta.
Para a Presidente do Conselho Deliberativo, Ana Pupe, é motivo de muita satisfação ter colaborado para uma Assejus mais inclusiva.
“Entendemos que falar sobre o tema é de extrema importância para desestigmatizar a sociedade como um todo. Contudo, ter a oportunidade de trabalhar com uma pessoa portadora de TEA nos faz entender que o convívio é possível e necessário. Ensinamos e aprendemos diariamente com o Uriel. Percebemos que nós é que saímos ganhando com a chegada dele”, afirma.
Conselheiros parabenizam iniciativa
Entre os Conselheiros da Assejus, três nomes conhecem de perto a realidade que é conviver com pessoas portadoras de TEA. Em todos os casos, eles defendem que a informação é a melhor aliada para conseguir lidar com essa diferença e diminuir o preconceito que envolve o tema.
O conselheiro e servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Eduardo Simões, é pai de três filhos. O caçula, atualmente com 17 anos, recebeu o diagnóstico de autismo aos 3. Simões lembra que, no início, passou pela fase do “susto”, mas que logo tratou de ir atrás de informações e conhecimento para descobrir os melhores tratamentos e colaborar de forma ativa com a socialização da criança. Hoje, ele defende que o assunto deve ser amplamente discutido.
“Quando a gente vive a realidade é diferente. Precisamos aprender a olhar para as habilidades que as pessoas autistas têm. Meu filho, por exemplo, se descobriu na música. Costumamos focar nas dificuldades e, por vezes, nós os deixamos isolados.”, aponta.
Ainda conforme Eduardo, iniciativas como a da Assejus são a verdadeira inclusão. Porque permitem que o autista esteja inserido no dia a dia da sociedade.
“O que a Assejus fez deveria ser exemplo para todas as empresas, instituições e entidades. Temos que chamar, colocar para trabalhar e mostrar que eles também são capazes. Quando você dá a oportunidade vale mais que falar sobre o assunto”, parabeniza.
A conselheira da entidade e servidora aposentada do (TJDFT), Mônica Fischer, também vê com bons olhos a iniciativa da Assejus. Mãe de uma jovem de 28 anos, diagnosticada com grau severo de autismo, ela reforça que é importante discutir amplamente o assunto e saber diferenciar que, dentro do TEA, há pessoas com graus distintos.
“O TEA vai de leve a severo e é importante saber as limitações de cada pessoa portadora dele. Inserir O Uriel que consegue realizar atividades rotineiras do dia a dia é uma iniciativa exemplar. A Assejus está de parabéns por ter em seu quadro uma pessoa com o espectro autista. Quando eles conseguem se socializar são muito trabalhadores, dedicados e gostam de ajudar. Certamente ele será um exemplo para todos que convivem com ele”, enfatiza.
A também conselheira da Assejus e servidora do TJDFT, Wanessa Ferreira, é mãe de um filho autista de 13 anos. Ela reforça que muitos autistas têm habilidades e podem contribuir muito para o coletivo.
“Além da inclusão é importante que se tenha a conscientização da equipe que trabalha junto com o autista. Para que possa compreender as diferenças e respeitar os limites, pois em cada pessoa o autismo se manifesta de forma diferente. É importante ter uma estrutura e conscientização para recebê-los”, diz.
Saiba Mais
- No último dia 18 de junho foi celebrado o Dia do Orgulho Autista. A data foi comemorada, inicialmente, no ano de 2005, pela organização americana, Aspies for Freedom;
- Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1% da população mundial apresenta algum grau de autismo no mundo;
- No DF, segundo a Secretaria de Saúde, estima-se que 13 mil pessoas tenham Transtorno do Espectro Autista (TEA).
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FOTO: Acervo / Assejus
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